Empresas que escravizam animais não-humanos também escravizam animais humanos.
A cada seis meses, o governo brasileiro atualiza a chamada “lista suja”, que expõe empregadores que mantém trabalhadores em condições degradantes, análogas à escravidão. A relação de empresas é mantida pela Portaria Interministerial nº 2/2011 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SPR/PR). A atualização mais recente da lista ocorreu em 30/12/2013.
Nomes conhecidos da produção de produtos de origem animal estão entre os apontados como sujos. João Bertin Filho, herdeiro do Grupo Bertin, masrca que hoje pertence à JBS-Friboi, é um dos empregadores que figuram na lista.
A maioria dos flagrantes de trabalho escravo constatados por Procuradores do Trabalho em parceria com a Polícia Civil consiste em empregados vivendo em condições precárias, sem alimento ou água adequados e com salários atrasados.
Quando a equipe chegou à fazenda Alta Floresta, no Mato Grosso, que pertence à João Bertin, encontrou sete pessoas isoladas na mata trabalhando para ampliação dos pastos. No local, Bertin cria cerca de 18 mil bois e gerencia a extração de madeira em cerca de 35 mil hectares. De acordo com a investigação, os trabalhadores se alimentavam comida estragada e não tinham mínimas condições favoráveis como moradia adequada ou água potável.
A história se repete em centenas de fazendas pelo Brasil. Segundo manda a lei, uma vez na “lista suja”, o empresário é impedido de conseguir crédito em bancos públicos e não pode vender sua produção à instituições estatais.
É possível conferir a “lista suja” completa no Portal do MTE (clique aqui) ou no site da ONG Repórter Brasil (clique aqui).
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